segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A TRUTA- Luis Fernando Veríssimo



Esse texto do Veríssimo, publicado no OESP de 23 de agosto de 2009, trata sobre a liberdade de escolha, a responsabilidade e a omissão.




O homem pediu truta e o garçom perguntou se ele não gostaria de escolher uma pessoalmente.

- Como, escolher?
- No nosso viveiro. O senhor pode escolher a truta que quiser.

Ele não tinha visto o viveiro ao entrar no restaurante. Foi atrás do garçom. As trutas davam voltas e voltas dentro do aquário, como num cortejo. Algumas paravam por instante e ficavam olhando através do vidro, depois retomavam o cortejo. E o homem se viu encarando, olho no olho, uma truta que estacionara com a boca encostada no vidro à sua frente.

- Essa está bonita... - disse o garçom.
- Eu não sabia que se podia escolher. Pensei que elas já estivessem mortas.
- Não, nossas trutas são mortas na hora. Da água direto para a panela.

A truta continuava parada contra o vidro, olhando para o homem.
- Vai essa, doutor? Ela parece que está pedindo...

Mas o olhar da truta não era de quem queria ir direto para uma panela. Ela parecia examinar o homem. Parecia estar calculando a possibilidade de um diálogo.Estranho, pensou o homem. Nunca tive que tomar uma decisão assim. Decidir um destino, decidir entre a vida e a morte. Não era como no supermercado, em que os bichos já estavam mortos e a responsabilidade não era sua - pelo menos não diretamente. Você podia comê-los sem remorso. Havia toda uma engrenagem montada para afastar você do remorso. As galinhas vinham já esquartejadas, suas partes acondicionadas em bandejas congeladas, nada mais distante da sua responsabilidade. Os peixes jaziam expostos no gelo, com os olhos abertos mas sem vida. Exatamente, olhos de peixe morto. Mas você não decretara a morte deles. Claro, era com sua aprovação tácita que bovinos, ovinos, suínos, caprinos, galinhas e peixes eram assassinados para lhe dar de comer. Mas você não estava presente no ato, não escolhia a vítima, não dava a ordem. Não via o sangue. De certa maneira, pensou o homem, vivi sempre assim, protegido das entranhas do mundo. Sem precisar me comprometer. Sem encarar as vítimas. Mas agora era preciso escolher.

- Vai essa, doutor? - insistiu o garçom.
- Não sei. Eu...
- Acho que foi ela que escolheu o senhor. Olha aí, ficou paradinha. Só faltando dizer ''Me come''.

O homem desejou que a truta deixasse de encará-lo e voltasse ao carrossel junto com as outras. Ou que pelo menos desviasse o olhar. Mas a truta continuava a fitá-lo. Ele estava delirando ou aquele olhar era de desafio?

- Vamos - estava dizendo a truta. - Pelo menos uma vez na vida, seja decidido.Me escolha e me condene à morte, ou me deixe viver. A decisão é sua. Eu não decido nada. Sou apenas um peixe, com cérebro de peixe. Não escolhi estar neste tanque. Não posso decidir a minha vida, ou a de ninguém. Mas você pode. A minha e a sua. Você é um ser humano, um ente moral, com discernimento e consciência. Até agora foi um protegido, um desobrigado, um isento da vida. Mas chegou a hora de se comprometer. Você tem uma biografia para decidir. A minha. Agora. Depois pode decidir a sua, se gostar da experiência. O que não pode é continuar se escondendo da vida, e....
- Vai essa mesmo, doutor? - quis saber o garçom, já com a rede na mão para pegar a truta
- Não - disse o homem. - Mudei de ideia. Vou pedir outra coisa.

E de volta na mesa, depois de reexaminar o cardápio, perguntou:

- Esses camarões estão vivos?
- Não, doutor. Os camarões estão mortos.
- Pode trazer.

sábado, 29 de agosto de 2009

BOMBA DE Na/K


Um site bastante interessante da Mc Graw Hill com várias animações, inclusive com os processos de difusão e osmose.
Enjoy

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Puffy

A pedidos, meu cão!
Posted by Picasa

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A célula

Aí vai a sugestão de um site muito bacana para estudarmos a estrutura celular

http://www.johnkyrk.com/CellIndex.pt.html

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Reflexão- para os meus alunos


Oi Pessoal,
Estava aqui refletindo sobre o sentido da educação no ensino superior...
Qual a expectativa de vocês no curso?
O quando vamos exigir de vocês, mas principalmente, quanto
vocês exigirão de si próprios.
Muito suor, muito trabalho.
E não esqueçam, a gente só aprende se estudar depois da aula.
Recomendo esse livro para vocês. Ele é muito simples porém muito interessante.
Gostaria de ler a opinião de todos. Não se esqueçam de se identificar!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009




Essa tambem é do meu amigo Luis.
Quem curte tirar fotos?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Retorno

Pessoal,
Depois de um longo e tenebroso inverno, volto a postar mensagens no blog.
Espero poder trocar figurinhas com todos sobre veterinária e educação.

educação


Essa é uma situação real e angustiante. O que devemos fazer para reverter esse quadro?